segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

E enfim, envelhecer

 Então é assim, envelhecer?

Ontem eu tinha 20 anos, jovem, sonhadora, com uma vida toda pela frente. Cheia de energia, cheia de coisas para aprender. Sedenta de tudo.

Hoje, mais próxima dos 30 do que dos 20. Algumas coisas passam a fazer mais sentido agora, algumas coisas deixaram de pesar, outras de importar. Algumas coisas simplesmente foram aceitas.

Estar perto dos 30, ainda na casa de meus pais, com minha casa construindo, sem filhos, sem um parceiro, mas com uma boa carreira. Isso tudo parece atrasado. Acredito que os jovens adultos tem um ritmo diferente de madurecimento, e eu me enquadro nele.

O que eu mais tenho me perguntado e refletido é sobre ter um parceiro, e SE vou ter um. Quanto mais vivo e mais experiencias tenho mais acredito que isso nunca vai acontecer. Aquele amor de anime, é surreal, inalcançavel. A Barbara jovem acredita nele, ela tem fé, só que agora ela é uma parte de mim. Parte de um todo que é mais sério e focado nas conquistas de adultos. Não há tempo para perder sonhando mais. E ta tudo bem.

Acho que enfim eu percebi que eu vou ser feliz sozinha. Que eu basto, e eu não preciso de ninguém para ser completa. É sobre isso que é envelhecer. É sobre reconhecer quem você é e ter ciencia que você só basta. Ficar sozinho não é o fim do mundo. Desde os 18, foram 9 anos, 6 deles namorando duas pessoas diferentes. Me ensinaram muito, e o principal, é que me ensinaram que eu não preciso deles. Eu precisei, mas não preciso mais. Foi por ter precisado tanto deles de maneiras diferentes, que não pude ser feliz.

A felicidade tem que morar em você, e não nos outros. Pois as pessoas se vão, e você sempre fica.

Autossuficiencia is a thing. As pessoas falam muito, mas acaba sendo algo abstrado, que as pessoas acreditam que ja alcançaram. Devia ser uma matéria na escola, ensinar que você essencialmente só precisa de si mesmo para ser um ser completo. Acho que a vida inteira me convenci que eu acreditava em tudo isso, mas a verdade é que eu não sentia.

Morrer sozinha? Talvez, espero que não. Mas tudo bem se sim.

Eu me basto.

E as portas estão fechadas? Não!

Nunca estiveram tão abertas, exatamente por não precisar de ninguém é que nunca foi tão gostoso dividir a vida com alguém que também é suficiente pra ele mesmo. Menos cobranças, menos expectativas, menos frustrações, menos pressão. Saber que somos livres pra ir e vir traz a leveza e a facilidade de estar com alguém que assim como eu, escolheu ficar.

Eu quero alguém que seja um ser completo para ser meu parceiro na vida. Alguém que escolha, em meio a todas as possibilidades, ficar. Alguém que acima de tudo entenda que eu sou completa e não preciso dele, mas que eu escolhi ficar com ele.


Love, 


Barbara que voltou a respirar

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